“Entre as várias maravilhas que se contam a respeito da visita do Presidente Lula a China está a questão ligada ao turismo. Como todos sabem o potencial do mercado chinês é altamente promissor e contém números impressionantes. Basta dizer que até o ano de 2010 calcula-se em 85 milhões de pessoas o total de chineses que estarão viajando, entre deslocamentos de turismo e a negócios. Outra informação nos aponta uma realidade até desanimadora no tocante ao total de chineses que atualmente chegam ao Brasil: apenas 13 mil pessoas em 2003. Conclusão: entre os milhões que estão arrumando as malas para conhecer o mundo, nós brasileiros alcançamos uma fração ínfima – insignificante. Mas o que se vê, o que se descortina daqui por diante – trombeteiam os novos ventos após a viagem presidencial – é um fluxo praticamente inesgotável de chineses em procura de destinos turísticos que lhes garantam lazer e entretenimento.
Com a viagem do Presidente Lula, o Brasil teve confirmado pelo Presidente chinês, Hu Jintao, o status de “destino autorizado”, o que significa uma grande diferença entre a situação que vivemos atualmente e a que está por vir. Hoje, para vir ao Brasil, o chinês precisa ser convidado, o que demanda entraves burocráticos e logísticos difíceis de ser ultraados pela dinâmica de mercado. Com o título de “destino autorizado”, o Brasil a a disputar esse riquíssimo mercado, juntamente com outros 40 países, aí incluídos 15 da União Européia e Cuba. Para se ter uma idéia da importância do patamar atingido pelo Brasil basta dizer que somos o único país com destino autorizado pelos chineses na América do Sul e o segundo na América Latina, sendo Cuba o outro concorrente. O importante a se ressaltar é que “essa brincadeira” envolvendo os chineses significa o surgimento da bagatela de bilhões e bilhões de dólares no turismo mundial.
Natal é um destino turístico cantado atualmente em verso e prosa em quase todos os recantos da terra – à exceção do mercado chinês, ainda. Mas, a partir de agora, já se abre todo um enorme leque de opções, de novas alternativas de negócios tendo em vista a perspectiva da presença chinesa no cenário turístico brasileiro. Como quarto maior mercado destino brasileiro, Natal tem todas as condições de se posicionar de forma pioneira, arrojada, profissionalmente correta no sentido de tirar o maior proveito possível desse filão que está prestes a acontecer. Está na hora das nossas autoridades ligadas ao setor procurarem a embaixada chinesa e se inteirar a respeito dessa enorme potencialidade. Vamos pesquisar os hábitos, a cultura, a expectativa, os desejos – enfim, o que o turista chinês quer e espera de uma viagem ao Brasil e colocar Natal como uma das melhores “grifes turísticas” do mercado nacional.
Do contrário, os baianos, os cearenses, os cariocas e outros conterrâneos mais afoitos chegarão primeiro, nos deixando literalmente naquela desconfortável posição de ficar “a ver navios”. São números impressionantes os que envolvem o mercado chinês. O país cresce a taxas anuais em torno de 9%. Entretanto, os entendidos em comércio internacional calculam essas taxas em 12% anuais, segundo eles pelas precárias condições estatísticas que ainda vigoram na estrutura governamental chinesa. O que se sabe, com toda clareza, é que a China é responsável, hoje em dia, por 14% do comércio mundial e que tem negócios com o Brasil que saíram da casa dos US$ 2,3 bilhões, em 2000, para US$ 6,7 bilhões em 2003. Com a conta turismo esses valores tenderão a crescer substancialmente. Como se vê, o que se prenuncia exige iniciativas urgentes, concretas e eficazes, para que possamos disputar esse mercado e cantar vitória.”