No último dia 19, Aracaju completou dois anos de vacinação contra a covid-19 e, apesar de relativo longo tempo de campanha de imunização para atenuar a pandemia que já vitimou 2.615 pessoas, somente na capital sergipana, de um total de quase 700 mil no país, e tendo a eficácia da vacina reiteradamente confirmada e provada através de estudos científicos, parte expressiva da população ainda não completou o esquema vacinal. Até o momento, 285.616 pessoas estão com doses do imunizante em atraso na cidade.
Os dados mais recentes da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) apontam que 159.984 pessoas com 5 anos ou mais estão atrasadas com relação à terceira dose, e 125.632 pessoas com 18 anos ou mais com relação à quarta dose. Apesar de Aracaju contar com 593.023 pessoas que garantiram, pelo menos, a primeira dose, ainda é preciso reforçar a importância de completar o esquema vacinal, visto que o vírus segue em circulação e a pandemia ainda é uma realidade.
A secretária da Saúde de Aracaju, Waneska Barbosa, destaca que a campanha de imunização foi iniciada, é possível observar o movimento de controle da doença, o qual está diretamente ligado ao avanço da vacinação.
“Sabemos que essas vacinas têm estudos que as embasam, estudos de eficiência e eficácia da própria vacina. É importante as pessoas terem consciência que a vacina faz com que o organismo dispare mecanismos de proteção do sistema imunológico, que são proteções periódicas. Ainda não existe um estudo que demonstre, por exemplo, como no caso da vacina da gripe, que seja preciso vacinar uma vez por ano. Então, por isso, é necessário que a gente faça os reforços. Porém, estudos demonstram que quando você faz os reforços, quando há indicação, existe uma redução significativa do número, principalmente, de pessoas que recorrem a uma unidade de saúde” , afirma Waneska.
Entre o fim de 2022 ado e o início deste ano, conforme a gestora da Saúde de Aracaju, um levantamento realizado em virtude do aumento do número de casos propiciado pela elevação das aglomerações e festas, identificou o perfil das pessoas que estavam sendo internadas ou vitimadas pela doença “era de pessoas idosas, com mais de 70 anos, e cuja última vacina tinha mais de cinco, seis meses, não era especificamente depois da quarta dose, mas depois da última dose que a pessoa tomou”, salienta.
“Isso demonstra, mais uma vez, que há uma necessidade, principalmente para esses grupos mais vulneráveis, em que o próprio sistema imunológico tem fragilidades, como idosos, pessoas que têm outras comorbidades, pessoas que têm imunossupressão, de uma lembrança do sistema imunológico, que ele precisa recrutar todo o seu exército para fazer frente à contaminação, e isso só é possível com a vacina”, enfatiza a secretária.
Para Waneska, a população precisa, além de entender como funciona a vacina, criar consciência da necessidade de estar imunizada. Ela explica que, no caso da imunização contra a covid-19, o reforço vacinal é uma forma de estimular o sistema imunológico a se proteger novamente. “Quando você faz o reforço, de cinco a seis meses você consegue fazer uma frente ao vírus, de maneira a ter sintomas mais leves e, às vezes, até nem precisar efetivamente ir para uma unidade de urgência, nem se internar”.
Quando há uma ampla cobertura vacinal, ressalta a secretária, cria-se um mecanismo de bloqueio para a perpetuação do vírus, porque ele tenta contaminar, mas vai encontrar pessoas protegidas e aí ele vai perdendo sua força. “Com o tempo e ao encontrar muita resistência, o vírus vai ficando cada vez mais insignificante. Portanto, a vacina é o bloqueio que a gente precisa e tem à disposição em todas as 45 Unidades Básicas de Saúde [UBSs], durante a semana, e nos três shoppings da capital, aos sábados”, explica Waneska.