Uma tentativa de rebelião na manhã desta terça-feira (22) na Delegacia Regional de Polícia Civil de Penedo abriu um amplo debate envolvendo a situação em que os presos são submetidos na unidade prisional da cidade que inclusive já teve determinada a interdição do seu prédio. Entendendo que os presos deveriam justificar as inúmeras tentativas de fuga e outras que foram bem sucedidas, o delegado Marcos Luiz Machado, de Porto Real do Colégio e o Capitão Wellington da Polícia Militar, convocaram a imprensa para que ouvisse os detentos e suas reivindicações.
Os presos reclamam que no prédio da Delegacia de Penedo vivem em situação sub-humanas, sem a mínima condição de higiene e sem alimentação diária. “Se não tem condições de manter a gente aqui, porque não manda logo pro presídio? Aqui, alguns presos só não am fome porque a gente divide a alimentação, comendo muitas vezes apenas uma bolacha”, disse o preso que se identificou como Capacete. Eles afirmam que o plantão da Delegacia de Coruripe é desleixado e deixa os presos ando fome, quando a alimentação trazida pela família chega pela manhã e somente é entregue a população carcerária no período vespertino.
A reclamação geral dos presos também gira em torno da lentidão da justiça para julgar os processos que tramitam na 4ª Vara Criminal de Penedo, que tem o juiz José Braga Neto como titular. O detento “Catatau”, preso por uma tentativa de furto, afirmou que há quatro meses está na delegacia e aguarda uma decisão da justiça para seu problema. Ele reclama da falta de Defensor Público em Penedo e chama a atenção da população para os prazos que são definidos pela lei, mas, não são cumpridos pela justiça.