
Superintendente do Fórum de Penedo, juiz Claudemiro Avelino de Souza, foi entrevistado nesta quarta-feira, 23
A polêmica envolvendo uma multa aplicada no carro do superintendente do Fórum de Penedo, juiz Claudemiro Avelino de Souza, foi tema de entrevista levada ao ar nesta quarta-feira, 23, no programa Lance Livre (Rádio Penedo FM/97,3 Mhz). O magistrado falou sobre o assunto e supostos abusos que estavam sendo praticado na fiscalização do tráfego de veículos no município ribeirinho, conforme denúncias feitas por ouvintes.
Tráfego atípico em Penedo
Lembrando que Penedo a por uma situação atípica no que diz respeito ao tráfego de veículos principalmente no Centro da cidade, devido às obras em curso, o juiz informou que o município é soberano no controle do trânsito. Cabe à polícia apoiar essa fiscalização. Claudemiro Avelino destacou ainda a excelência dos instrutores que atuam na Academia da Polícia Militar. “Nenhum policial vai às ruas sem ar por essa formação acadêmica e recebem orientações de seus superiores no sentido de bem exercer suas funções”.
“Infelizmente, como todo organismo social, tem em seus quadros pessoas que, às vezes, fogem ao seu dever”, lamentou o juiz, referindo-se a atuação de um policial militar que aplicou multa em seu veículo, infração que não teria fundamento, e que também estaria extrapolando suas funções. No caso relacionado ao magistrado, o ato está relacionado às mudanças no trânsito da avenida Floriano Peixoto, especificamente na calçada em frente ao Fórum de Penedo, trecho isolado com cones e fitas que mudou o estacionamento de carros.
“Pode ser de Jesus Cristo, eu vou multar”
Ao invés de serem parados na diagonal, os veículos devem ser colocados um atrás do outro, paralelos à calçada, conforme orientação da prefeitura. Claudemiro Avelino posicionou sua picape seguindo a determinação, mas foi surpreendido pelo informe da multa que estava sendo aplicada. “O policial foi avisado que o carro era do juiz, aí ele disse que pode ser de Jesus Cristo, eu vou multar”, declaração que teria sido feita pelo militar e reproduzida pelo magistrado durante a entrevista com base no relato de testemunhas, como assegurou.
Durante contato com o militar, o juiz ouviu que a multa estava amparada na proximidade do carro do magistrado com a rampa para cadeirantes, o que estava isolado pela fita que sinalizava a modificação no estacionamento. Sem se identificar como juiz de Direito, Claudemiro argumentou com o militar e ainda retirou o carro, seguindo o exemplo dos demais motoristas. Aí veio a segunda atuação do mesmo policial, em outra oportunidade, ocasião que tirou o juiz do sério.
“Ousadia e petulância do policial”
“Me chamou a atenção a ousadia, a petulância daquele policial. O Estado não paga o policial para ele trabalhar daquela forma, ele tem que saber o que é coerência, bom senso, se a cidade está vivendo uma situação atípica, ele não pode pegar o talão dele e encher de multa, ele queria multar por multar”, disse o magistrado, também conhecido pela a calma que lhe é peculiar, mas que itiu ter “perdido a cabeça” quando tentou argumentar com o policial sobre as novas orientações no trânsito.
A confusão ocorrida no inicio deste mês em frente ao Fórum de Penedo, quando ocorriam audiências, obrigou o juiz da Vara Criminal, José Braga Neto, a interromper os trabalhos. Os transtornos causados na ocasião denotam a falta de coerência do policial, conforme análise do entrevistado que foi delegado durante 11 anos e atua como juiz de Direito há quase duas décadas.
Questionado por Martha Mártyres e por ouvintes durante a entrevista, o superintendente do Fórum orientou as pessoas que se sentirem lesadas por supostos abusos a denunciar a não discutir com policiais, anotar o nome do militar, se possível fotografar a ocorrência e denunciar o caso às autoridades competentes.