Os agricultores que foram prejudicados com o longo período de estiagem que castigou o município de Igreja Nova receberam uma boa notícia nesta terça
Os agricultores que foram prejudicados com o longo período de estiagem que castigou o município de Igreja Nova receberam uma boa notícia nesta terça-feira, 21. Durante reunião articulada pela Secretaria Municipal de Agricultura, representantes de comunidades rurais foram informados sobre a possibilidade de renegociação de débitos com os Bancos do Nordeste (BN) e do Brasil (BB) e o a novos financiamentos.
De acordo com o agente de desenvolvimento do BN da agência Penedo, José Benigno do Nascimento, a Lei 12.716 normatiza a regularização, em condições especiais, de débitos contraídos até 2006. Feita a renegociação da dívida e assinado o termo de adesão, o Banco do Nordeste encaminha um novo contrato com prazo de dez anos para quitação, sendo que a primeira prestação só será paga após um ano da da documentação.
Pronafianos ou não
Ainda segundo José Benigno, os juros são de 1% ao ano, com rebate de 15% para quem se mantiver em dia com suas obrigações, dentre outras condições para os ‘pronafianos’, denominação para quem obteve financiamento por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Para os produtores que contraíram dívida com o BN e não são ‘pronafianos’, o percentual dos juros a para 2,5% ao ano.
O agente de desenvolvimento disse ainda que tem ido às comunidades rurais de Igreja Nova, visitas feitas ao lado de lideranças locais que tem por objetivo propor a do termo de adesão. Dessa forma, a renegociação da dívida é agilizada, com novo crédito liberado, financiamento necessário para ar perdas com a morte de animais e a falta de pasto, problemas apontados no relatório elaborado pela Secretaria Municipal de Agricultura que fundamentou o decreto municipal de emergência decorrente da seca em Igreja Nova.
Apesar da tomada de providências por parte da gestão Governando Para Todos, a falta da homologação do decreto em nível federal impede que o Banco do Brasil abra linhas de créditos especiais, conforme explicou o gerente da agência igrejanovense do BB, Josivaldo Feijó. Por outro lado, a instituição continua aberta ao diálogo com o produtor para renegociar débitos, esclareceu o gerente, ressaltando que há recursos para investimentos destinados à produção de leite de gado.
Além da aparência
A aprovação da União para o estado de emergência pode não ocorrer porque a paisagem da zona rural de Igreja Nova mudou. As chuvas encheram barreiros, fizeram o verde ressurgir e, de fato, a aridez sumiu, mas o gado continua morrendo, o pasto ainda está sendo renovado e o plantio de lavouras de subsistência é bem recente. Sob a aparência de bem estar, o drama do pequeno produtor rural continua, como exemplificou a agricultora Maria Josenilda da Silva.
Residente na comunidade remanescente quilombola Sapé, Josenilda da Silva participou da reunião com os representantes das instituições financeiras e comentou com outras lideranças da zona rural sobre as perdas ocorridas somente na segunda-feira, 20, no povoado onde mora. “A vaca estava muita fraca e não aguentou parir, morreu ela e o bezerro, sendo que somente da semana ada para cá morreram umas 14 cabeças de gado no Sapé”.