
Mônica foi entrevistada logo após divulgação da sentença - Foto: Giraldo Freitas
Após 13 anos de luta incansável por justiça, Mônica Costa, mãe da jovem Roberta Dias, assassinada em 2012 enquanto estava grávida, falou com firmeza e emoção ao receber o resultado do julgamento nesta sexta-feira, 25 de abril. Karlo Bruno Pereira Tavares foi condenado por homicídio triplamente qualificado, aborto provocado por terceiros e ocultação de cadáver. Mary Jane Araujo Santos, por sua vez, foi absolvida do crime de homicídio, mas condenada por ocultação de cadáver e corrupção de menores.
Para Mônica, o sentimento é de dever cumprido, mas não de justiça plena.
“A minha parte eu fiz. Lutei com todas as minhas forças e deixei que a sociedade fizesse a parte dela. E foi feita… pela metade”, declarou a mãe da jovem, visivelmente abalada, mas serena ao deixar o Fórum.
A declaração reflete a frustração por ver apenas parte dos acusados responsabilizados pela tragédia que tirou a vida da filha e do neto que ela carregava no ventre.
“Pelo menos um dos assassinos vai pagar. Não vai trazer minha filha de volta, nem o meu neto. Mas é assim mesmo. Estou com a minha consciência tranquila.”
Durante todos os dias do julgamento, Mônica esteve presente, acompanhando cada depoimento, cada detalhe da acusação e da defesa, como fez ao longo de toda a investigação e da espera por um desfecho. Sua presença silenciosa no plenário e suas palavras fortes ao fim da sessão emocionaram quem presenciou o momento.
O Ministério Público deve avaliar a possibilidade de recorrer da sentença. Enquanto isso, Mônica retorna para casa com o coração marcado, mas com a certeza de que fez tudo o que podia por Roberta. “Ela pode não estar aqui, mas sabe que a mãe dela nunca parou de lutar”, concluiu.